Paz e bem!
Estamos ainda em nossas casas nos resguardando de sermos infectados pelo coronavírus. Com muito carinho e pelos meios possíveis, continuamos procurando cuidar da saúde física, mental e espiritual de nossos irmãos e irmãos do SEI e de nossos vovôs e vovós que ainda frequentam nossas Fraternidades de OFS. É um tempo propício para reflexão, mas também somos chamados a celebrar.
Neste dia 26 de julho, celebramos, com muita ternura, a memória de São Joaquim e Sant´Ana, pais de Nossa Senhora, avós de Nosso Senhor Jesus Cristo. O culto a esses dois queridos personagens da História da Salvação vem desde o século VI. Este é um dia muito especial, que traz até nós a sabedoria e a fé incondicional de dois judeus idosos, que aguardavam, confiantes no poder de Deus, a consolação de Israel.
Aprendemos que os nomes, na Bíblia, são cheios de significado. Ana tem o sentido de “graça” e Joaquim quer dizer “Javé fortalece”.
Segundo a Tradição, Sant’Ana nasceu em Belém de Judá e São Joaquim na Galileia. Ambos eram estéreis. O Senhor então abençoou seu amor e sua fé com o nascimento da Virgem Maria. Mais tarde, a menina Maria foi levada pelos pais para o Templo, para ser educada, ficando aí até o tempo do noivado com São José.
Deus deu a Joaquim e Ana a missão de gerar aquela menina imaculada que seria a Mãe de seu Filho, o Salvador da humanidade. Como podemos imaginar a beleza do convívio entre os pais e a menina que céus e terra suspiravam conter em seus braços? A Aurora de um novo mundo que estava prestes a chegar? Para Joaquim e Ana, pensamos que foi um contínuo receber e dar. Dar seu amor cuidando daquele ser precioso e transmitindo a sabedoria da experiência de fé, bebendo da graça e pureza que dia a dia reconheciam em Maria.
Então nos perguntamos: Como foi que se sentiram ao levar Maria ao Templo? Podemos imaginar que sentiram grande alegria por entregar a Deus o que de melhor possuíam e ainda assim, em seu coração, ficou a dor da saudade de não tê-la presente em sua casa. Eles souberam escutar e atender o desejo de Deus; aprenderam a despojar-se até do que mais amavam: sua filhinha, para que nela fosse cumprida as promessas de salvação.
Precisamos aprender com Joaquim e Ana a maturidade da fé. Com nossa vida ser luz na escuridão dos que não reconhecem a presença e o poder de Deus; testemunhar esperança que não se abala com os desafios da injustiça, da indiferença, dos valores cristãos deixados de lado. Precisamos viver a serenidade de quem se sabe amado(a) e estar com os olhos e ouvidos do coração bem abertos para experimentarmos o excessivo amor de Deus por nós e o partilharmos com todos, nos tornando portadores da paz, defensores da vida, porto seguro para quem de nós se aproxima.
São Joaquim e Sant´Ana nos ensinam que a santidade não tem idade nem tempo. A enfermidade e a velhice são oportunidades de proximidade maior com o Senhor e ocasião para testemunhar o amor e a fé, como missionários do Reino.
Deus promete aos seus filhos permanecer o mesmo até sua velhice e os sustentar, cuidar e preservar. Mostra-lhes que a sabedoria lhes pertence e os filhos de seus filhos serão sua coroa. Aqui, de maneira especial é descrita a figura do avô e da avó e sua grande alegria: seus netos. A estes é indicada a maneira de proceder com os idosos. Diz Levítico 19,32: “Levanta-te diante dos cabelos brancos; honra a pessoa do velho e teme a Deus. Eu sou o Senhor”.
Queridos e queridas, estas duas palavrinhas, avô e avó, não pertencem a uma relação de títulos oferecidos pelo mundo, mas são centelhas do amor de Deus. E estão contidas no Abecedário da Misericórdia Divina.
Existe uma expressão que sempre ouvimos: “avô, avó, são pais duas vezes”, como para dizer que, o amor que os avós sentem pelos(as) filhos(as) é renovado e aumentado com a experiência da paternidade e maternidade já vividas. A paciência e a ternura são como que expandidas e a escuta, os braços sempre abertos, são refúgio para os peraltas e serenidade para aqueles(as) que carregam dúvidas e são desafiados pela realidade nem sempre alegre da vida. Com sua presença, seu testemunho, o avô e a avó ensinam aos netos que a existência na terra é uma linha curva com princípio e fim e, entre esses dois extremos, é necessário que sejam assumidos e vividos valores saudáveis, sólidos, profundamente enraizados no amor a Deus e a todas as suas criaturas.
Deus conceda aos nossos jovens e crianças a graça de escutarem com atenção os ensinamentos de vida transmitidos pelos seus avós; que lhes deem a alegria de se sentir parte de suas vidas. Aos avós, que São Joaquim e Sant’Ana intercedam junto ao seu Neto Jesus para que tenham vida longa, coragem e lucidez para enfrentar com seus filhos e netos os desafios da realidade de hoje.
Então oremos com todos os avós, pelos netos: “Senhor, Pai Santíssimo, coloco meus netos (aqui diz os nomes dos netos) em vossas mãos. Protegei-os, libertai-os de todos os males, principalmente de se afastarem de Vós. Concedei-lhes boa saúde e fé. Guiai-os no caminho de Vosso Filho. Que seus pensamentos, seus desejos, sejam iluminados pelo Vosso Espírito Santo, e suas necessidades contem sempre com a Providência de Vossa Misericórdia. Amém”.
E agora os netos rezam pelos avós: “Queridos São Joaquim e Sant’Ana, avós de Jesus, o Filho de Deus e de Maria, intercedei junto a Vosso Neto, pela integridade física, psíquica e espiritual dos nossos avós e para que possamos oferecer-lhes uma qualidade de vida que os façam sentir-se úteis, importantes e amados. Amém”.
Um feliz e abençoado dia dos avós a todos!
Fraternalmente,
Marúcia Conte, Coordenadora Nacional do SEI (Serviço aos Enfermos e Idosos)
Equipe Nacional de Formação