O próximo domingo, 19 de julho, é oficialmente, no Brasil, o Dia da Caridade. A Caridade, junto do Pão, da Palavra e da Ação Missionária, é um dos quatro pilares que devem sustentar a vida das comunidade eclesiais missionárias e a ideia da Igreja nas Casas, defendida pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil de 2019 a 2023, aprovada pelo episcopado brasileiro em sua 57ª Assembleia Geral.
Falando anteontem, 16 de julho, em reunião virtual, ao grupo de secretários executivos dos 18 regionais da CNBB, sobre a Ação Emergencial “É Tempo de Cuidar, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado, disse ser necessário, na Igreja no Brasil, fortalecer a caridade, que tem sido intensificada nos últimos meses diante das consequências da Covid-19.
“Eu tenho a impressão que a caridade não desanimou, pelo contrário. Isso é um fato bonito. É preciso articular a caridade para que ela seja inteligente. É nossa missão ajudar na articulação, tem muita coisa sendo feita, mas muita coisa ainda precisa ser articulada”, destacou.
O arcebispo de Belo Horizointe (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, escreveu ao Portal da CNBB sobre o princípio da caridade. “Agir a partir do princípio da solidariedade é urgência e desencadeia muitas mudanças, na sociedade e no próprio coração humano”, defendeu. Leia abaixo a íntegra da mensagem do presidente da CNBB pelo Dia da Caridade.
Princípio da caridade
A caridade não pode ser prática efêmera, que apenas busca promover paz de consciência para quem se dispõe a ajudar. Ela deve orientar todas as dimensões da vida e da sociedade, tornar-se pilar sobre o qual cada pessoa orienta a própria conduta, fazendo-se servo de seu semelhante, que é irmão. A Palavra de Deus orienta: “Não digas ao próximo: ‘Vai embora, volta amanhã, então te darei‘, quando podes dar logo!”. Agir a partir do princípio da solidariedade é urgência e desencadeia muitas mudanças, na sociedade e no próprio coração humano.
Quem se dedica à caridade coloca-se em sintonia com o coração de Deus. Descobre que servir é um remédio, pois permite enxergar, com riqueza, o verdadeiro sentido da vida – ajudar a transformar a realidade de outras pessoas. Se a solidariedade fosse vivida como princípio que ordena a sociedade, o mundo seria diferente, mais justo, solidário e fraterno.
Por isso mesmo, a vivência do Dia da Caridade é rica oportunidade, pois convoca todas as pessoas, de modo especial os cristãos, a reconhecerem que servir tem força transformadora. Jesus, que tudo pode, é Filho de Deus, fez-se pequenino, servo da humanidade. Entregou a sua vida na Cruz para ensinar a cada pessoa o caminho. Possa ser seguida esta bonita via indicada por Jesus: dedicar, cotidianamente, a própria vida ao exercício da caridade.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB