Quinta, 22 Setembro 2016 21:08

Vocação franciscana secular

 

“É isto que eu quero, é isto que eu procuro, é isto que eu desejo fazer

do íntimo do coração” (1Cel 8,22).

 Como franciscanos seculares temos conhecimento que dentre as famílias espirituais suscitadas pelo Espírito Santo na Igreja, a Família Franciscana reúne aqueles que se sentem chamados à vocação de seguir o evangelho de Jesus Cristo a exemplo de São Francisco de Assis. Ou seja, somos mulheres, homens, idosos e jovens, leigos, religiosos ou sacerdotes que pela comunhão no carisma franciscano tornam-se testemunhas da mensagem evangélica a maneira do jovem de Assis.

Na Ordem Franciscana Secular os irmãos e irmãs são impulsionados pelo Espírito Santo a viver no próprio estado secular, ou seja, no mundo, no seu dia a dia, nas fraternidades uma conversão evangélica e penitencial. Um constante caminhar que dura a vida inteira através da profissão que é um compromisso público diante de Deus e da Igreja.

A OFS caminha em comemoração ao jubileu dos 800 anos da aprovação da primeira regra pelo Papa Gregório IX a “Memoriale Propositi”, aprovada em 20 de maio de 1221. Sendo assim, o Conselho Nacional da OFS iniciou uma peregrinação em setembro de 2015 de uma imagem com a Relíquia de São Francisco. A imagem foi um presente da cúria geral dos Frades Menores Capuchinhos e a Relíquia, um fragmento de osso, foi ofertada pela cúria geral dos Frades Menores Conventuais. Ambas vieram de Assis na Itália. Essa peregrinação passará por todas fraternidades de OFS do Brasil e deverá terminar no ano jubilar em 2021.

Estamos vivendo um importante momento na OFS. Que deve alegrar e motivar nosso coração com vigor, ânimo e força na vocação. Em sintonia histórica, também celebramos o Ano da Misericórdia e os 800 anos do Perdão de Assis.  

A Jufra do Brasil também comunga de um importante momento. Comemorou-se os 45 anos de oficialização (janeiro de 1971) e uma nova equipe do secretariado nacional foi eleita no CONJUFRA - Congresso Nacional da Juventude Franciscana do Brasil- realizado em fevereiro, na cidade de Campo Grande/MS, assumindo para o triênio 2016-2019.

A partir de março desse ano assumi o serviço da Animação Fraterna Nacional e junto ao Conselho Nacional da OFS, a disposição em animar e fomentar o estudo/uso da “Cartilha para Animação Fraterna”. “Como material de formação permanente, onde todos os franciscanos seculares voltam seus olhos a JUFRA e para que também os jufristas se esforcem em melhor compreender a relação com a OFS, estreitando os laços de fraternidade” (Raphael Taboada, Animador Fraterno Nacional 2013-2016) e família.

A OFS por força de sua vocação deve estar disposta a comunicar a sua experiência de vida evangélica aos jovens (Estatuto da Animação Fraterna).

Comunicar a experiência é testemunhar o carisma franciscano secular, a espiritualidade, o amor fraterno. Cada um de nós que somos chamados a essa vocação, temos dons a oferecer a partir também de nossas possibilidades. A missão é servir pois a messe é grande, poucos são os operários, já dizia o Senhor. No entanto, é preciso despertar e motivar sempre para o desafio de lançar as sementes, especialmente aos jovens.

“Os jovens não são apenas o nosso futuro, são o nosso presente” Unesco, 2016

Alguém poderia dizer: “A juventude está perdida!”, “É muito difícil lidar com essa juventude.”, “Não querem saber de nada.” Chegar a essa definição parece mais fácil, apesar de não ser totalmente errada. Nossa juventude precisa de um ideal, de boas referências que lhes façam sonhar mais alto, sair da inércia e do comodismo. Ela precisa ser evangelizada, ter um encontro pessoal com Jesus Cristo. E qual homem tão quanto Francisco de Assis que conquiste mais jovens?

Para terminar transcrevo trechos da homília do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, Cracóvia 2016. Como OFS e animadores (as) fraternos (as) vamos refletir individual e em fraternidade: Estamos fazendo a nossa parte de testemunhar/ animar ao mundo, aos jovens e as crianças esse carisma, essa vocação?

 “Não queremos vencer o ódio com mais ódio, vencer a violência com mais violência, vencer o terror com mais terror. A nossa resposta a este mundo em guerra tem um nome: chama-se fraternidade, chama-se irmandade, chama-se comunhão, chama-se família. Alegramo-nos pelo fato de virmos de culturas diferentes e nos unirmos para rezar. Que a nossa palavra melhor, o nosso melhor discurso seja unirmo-nos em oração. Façamos um momento de silêncio, e rezemos; ponhamos diante de Deus os testemunhos destes amigos, identifiquemo-nos com aqueles para quem «a família é um conceito inexistente, a casa apenas um lugar para dormir e comer», ou com aqueles que vivem no medo porque creem que os seus erros e pecados os baniram definitivamente. Coloquemos na presença do nosso Deus também as vossas “guerras”, as lutas que cada um carrega consigo, no seu próprio coração... Queridos jovens, não viemos ao mundo para “vegetar”, para transcorrer comodamente os dias, para fazer da vida um sofá que nos adormeça; pelo contrário, viemos com outra finalidade, para deixar uma marca. É muito triste passar pela vida sem deixar uma marca. Mas, quando escolhemos a comodidade, confundindo felicidade com consumo, então o preço que pagamos é muito, mas muito caro: perdemos a liberdade.”(Papa Francisco, JMJ 2016)

Que São Francisco de Assis o qual festejamos nesse mês de outubro nos inspire, que o Espírito Santo nos guie e ilumine em nossa missão. Que Maria, a padroeira Nossa Senhora Aparecida caminhe conosco e proteja esse tão grandioso país.

 

Maria Aparecida Brito, OFS (Animadora Fraterna Nacional).

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