Sexta, 01 Mai 2015 00:00

1ª Sexta-feira de maio: Fazer o ninho do rochedo do lado do Senhor

Desde a nossa infância, muitos de nós, franciscanos ou simplesmente cristãos, temos o salutar costume, às primeiras sextas-feiras, de participar da missa.  Sentimos necessidade de manifestar nossa gratidão e nosso carinho ao  Senhor Jesus que não tem limites em seu amor.

 

            Sirva de estímulo para todos os que se sentem agraciados pelo Deus feito carne, cruz e vida estas palavras de São Boaventura, místico franciscano da primeira hora:  “Levanta-te, pois, tu que amas a Cristo, sê como a pomba que faz o seu ninho à borda do rochedo (Jr 48,28), e aí como o pássaro que encontrou sua morada  (cf. Sl 83,4), não cesses de estar vigilante; aí esconde como a andorinha  os filhos nascidos do casto amor. Aí aproximas teus lábios para beber a água das fontes do Salvador  (cf. Is 12,3).  Pois esta é a fonte  que brota no meio do paraíso e, dividida em quatro rios (cf. Gn 2,10),se derrama  nos corações dos fiéis para irrigar e fecundar a terra inteira” ( Do Opúsculo Lignum vitae).

 

            Os que respondem ao amor de Jesus, os que começam a ser seus discípulos,  estão sempre em estado de vigília. Levantam-se.  Boaventura sugere que os que amam o Senhor sejam como pombas, ou seja, tenham as asas da pressa de estar perto do Coração aberto do Redentor.  Há uma cavidade aberto no lado de Jesus.  Naquela fenda, naquele ninho  cabe bem nossa pequenez e nossa insignificância.  Sentimos a urgência de estar perto, na intimidade do Senhor.  Não queremos manifestar-se apenas um  “amor” externo e  “barulhento”.  Precisamos do silêncio da contemplação.  Precisamos do repouso contemplativo. Não podemos ser apenas uma  “tropa de choque” em nossas paróquias, será preciso deixar desligados  esses engenhos todos que ocupam nosso tempo todo, será fundamental esconder no coração do Amado  nosso amor puro e vasto, realizar nosso desponsório de amor.

 

 

            Os que acolhem os carinhos do Senhor enquanto frequentam a cavidade do peito do Salvador  também podem irrigar e fecundar  a terra inteira.  Em sua vida de todos os dias exalam o perfume do  casto amor   pelo Senhor.  São missionários: adivinham as necessidades de uns e de outros, criam o novo na catequese, no acompanhamento  dos que se preparam para o casamento, para aqueles que estão vivendo a dor da doença e o receio de chegar ao fim da estrada com as mãos vazias.   Se de um lado os devotos do Coração do Redentor  se aninham na casa do amor,  se sorvem as águas dessa fonte de vida, também são os missionários, à maneira de São Francisco, de um amor que precisa ser amado.

 

Frei Almir Ribeiro Guimarães

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