Quarta, 05 Novembro 2014 13:49

"Ser Bispo é serviço e não honra" (Papa Francisco)


Cidade do Vaticano (RV)
 – A Praça S. Pedro acolheu milhares de fiéis para a Audiência Geral desta quarta-feira, 5 de novembro.


A chegada do Papa à Praça é um dos momentos mais aguardados deste evento semanal. A bordo do seu papamóvel, Francisco recebe e retribui o carinho dos peregrinos. Com eles, diante da Basílica, Francisco prosseguiu sua série de catequeses sobre a Igreja, falando nesta ocasião sobre a hierarquia. 

Pela ação do Espírito Santo, que cumula a Igreja com seus dons, Cristo suscita diversos ministérios para edificação da comunidade cristã. Entre estes ministérios, distingue-se o Episcopado. Na pessoa do Bispo, chamado a servir e não a ser servido, o próprio Cristo se faz presente e continua a cuidar da Igreja. 

Compreendemos, portanto, que não se trata de uma posição de prestígio, de um cargo honorífico. O Bispado não é uma honorificência, é um serviço. Jesus quis que fosse assim. Não deve haver lugar na Igreja para a mentalidade mundana, para a ‘carreira eclesiástica’”. 

Os santos bispos, prosseguiu o Papa, “nos mostram que este ministério não se busca, não se pede, não se compra, mas se acolhe em obediência, não para elevar-se, mas para abaixar-se, como Jesus, que ‘humilhou a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte’”. 

É triste, disse ainda Francisco, “quando se vê um homem que busca este cargo para chegar ‘lá’; e quando conquista o que quer, vive somente para a sua vaidade”.

De fato, é através do Bispo, auxiliado pelos Presbíteros e os Diáconos, que a Igreja exerce a sua maternidade. Por outro lado, do mesmo modo que Jesus chamou os Apóstolos para que vivessem unidos como uma só família, assim também os Bispos do mundo inteiro formam um único colégio, reunido em torno do Papa, que é o garante desta comunhão profunda. 

Como é belo, então, quando os Bispos, com o Papa, expressam essa colegialidade, e buscam ser cada vez mais servidores dos fiéis! Foi o que vivemos recentemente na Assembleia do Sínodo sobre a família”, recordou o Pontífice. 

“Mas pensemos em todos os Bispos espalhados no mundo que, mesmo vivendo em localidades, culturas, sensibilidade e tradições diferentes e distantes entre si, se sentem parte um do outro e se tornam expressão do elo íntimo, em Cristo, entre suas comunidades.”

Francisco então conclui pedindo que todas as comunidades alimentem uma sincera e profunda comunhão com o Bispo. “Não existe uma Igreja saudável se os fiéis, os diáconos e os presbíteros não estão estiverem unidos com o Bispo”, afirmou. “Esta tarefa não é fácil, pois são necessárias muitas virtudes. Somos pecadores, e contamos com a oração de todos os fiéis.” 

Após a catequese, o Papa saudou os inúmeros grupos presentes na Praça. Aos lusófonos, disse: “Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, particularmente aos presbíteros da diocese de Jundiaí com o seu bispo e os grupos de fiéis de Aracaju, Brotas e Bom Fim. Queridos irmãos, rezai pelos vossos Bispos, que são garantes da verdadeira fé e sinal vivo da presença do Senhor no meio de vós. Rezai também por mim. Agradeço-vos de coração. Que Deus vos abençoe!”.

Em polonês, o Papa pediu orações pela VI Jornada de Solidariedade pela Igreja Perseguida, que este ano é dedicada à Síria. “Sejam solidários para com os irmãos que neste país e em outras partes do mundo sofrem por causa das guerras fratricidas e da violência.” 

Em italiano, o Pontífice recordou todos os doentes que sofrem de esclerose múltipla, pedindo o apoio de toda a sociedade civil para amparar as famílias acometidas por este mal.




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