Diácono, fundador das três Ordens, Padroeiro da Itália (1182-1226), canonizado por Gregório IX (16-07-1228).
Francisco de Assis é uma das figuras mais célebres da hagiografia cristã, conhecido e admirado em todo o mundo, até em meios estranhos à fé cristã. Nele se inspiraram literatos, artistas, historiadores, políticos, e até mesmo revolucionários. Consoante a perspectiva em que o viram, chamaram-lhe “Irmão Francisco”, ou “Pobrezinho”, ou “Amante da dama Pobreza”, ou “Cantor da perfeita alegria”, ou “Poeta das criaturas”... Nele sobressai a adesão incondicional e constante ao Evangelho, às palavras e à pessoa de Cristo, e o amor concreto a todos os seres criados, por ele considerados irmãos por serem filhos do mesmo Pai: desde a água às plantas, das estrelas ao fogo, dos animais à terra mãe e à própria morte corporal. Depois vem a constante fidelidade de Francisco à Igreja, esposa mística de Cristo: uma fidelidade que distinguiu o movimento franciscano de vários outros movimentos reformadores da época, e permitiu que os papas aprovassem a regra e confirmassem a aprovação.
Antes de pela primeira vez na história da Igreja, em 1223, celebrar o Natal ao vivo, no presépio de Greccio, Francisco teve o cuidado de pedir e obter aprovação do papa para essa novidade. De resto, logo nos primórdios da sua conversão, Cristo, falando-lhe pelo crucifixo de S. Damião, que ainda se conserva em Assis, pedira a Francisco para restaurar a Igreja, e não para a criticar, nem combater, nem mesmo reformar.
Outra característica sua foi a expressão de alegria cristã. Quando pela primeira vez foi com os companheiros apresentado ao papa Inocêncio III, começou a dançar de alegria. Na pregação duma festa em S. Leão, disse esta frase que ficou célebre: “É tanto o bem que eu espero, que até o sofrimento me causa alegria”. Num delicioso diálogo com Frei Leão explicou o fundamento da perfeita alegria: a tribulação, a perseguição aceite por amor. Por isso, no jardim de S. Damião em Assis, muito doente, quase cego, sofrendo com as chagas, depois duma atormentada noite de insônia, entoou o Cântico das criaturas, um dos mais belos hinos de agradecimento e de louvor.
Desde o momento em que perante o bispo de Assis devolveu ao pai, Pedro Bemardone, tudo quanto tinha, inclusivamente a roupa do corpo, e declarou que de futuro diria com mais verdade “Pai nosso, que estais no céu”, considerou-se e tornou-se efetivamente “arauto do Grande Rei”. Decidiu viver evangelicamente em obediência, sem nada de próprio, e em castidade. O pequeno grupo inicial de 12 discípulos, poucos anos mais tarde, no chamado Capítulo das Esteiras, já atingia o número de 5.000, que o Santo enviou pelo mundo a evangelizar, indo ele também como missionário para a Terra Santa.
Com o B. Luquésio deu início à Terceira Ordem dos irmãos e irmãs da Penitência. Em 1224, no Monte Alverne, “recebeu de Cristo o último sinal de identidade, que durante dois anos trouxe no corpo: os Estigmas. Ao anoitecer do dia 3 de outubro - hora que no cômputo litúrgico da época já se contava como dia 4 - no ano de 1226, cantando, voou para o céu. Dois anos mais tarde Gregório IX inscrevia-o no catálogo dos santos.
Adaptado de: https://www.ofm.org.br/santos-franciscanos