Paz e bem!
A Equipe Nacional de Formação da OFS acaba de disponibilizar o Estudo da Regra em Fraternidade referente ao Artigo 26, contemplando o último artigo da nossa Regra..
O conteúdo se encontra abaixo e está disponível para download em anexo, formatado em pdf.
Desejamos a todos uma excelente reflexão!
Estudo da regra em fraternidade: artigo 26 da Regra e Vida da OFS
Ambientação
✔ Preparar folhas de papel constando as siglas dos diversos ramos da Família Franciscana (OFM, OFMConv, OFMCap, OSC, OIC, TOR, OFS, PFF, JUFRA, INAFRA); fotos (se houver) de momentos já vividos pela Fraternidade (ou de outras fraternidades) juntamente com o/a Assistente Espiritual (local ou regional): retiros, reunião da Fraternidade, Capítulos, momentos de lazer.
✔ Pode-se utilizar ainda uma vela ou círio pascal, ao centro, juntamente com Imagens de São Francisco, Santa Clara, São Luís, Santa Isabel da Hungria.
✔ O espaço pode ser preparado dispondo as imagens ao centro e as fotos e as folhas com as palavras ao
redor delas. Pode-se montar um mural com as fotos ou mensagens de Assistentes que a Fraternidade tem ou já teve, ou mesmo de Assistentes de outros níveis (Regional e Nacional) ou de outras fraternidades, com os quais já teve algum contato.
✔ Sugerimos ainda que se faça um só círculo, se possível, com todos sentados em volta, reforçando a ideia da circularidade e da igualdade.
1. CANTO INICIAL
Regra, Bênção e Exortação de São Francisco
(Letra e Música: Frei Joel Postma, OFM)
Excelso, onipotente Senhor, concedei-nos, peregrinos, que sigamos vossos passos, no caminho do amor!
- A vida franciscana é assim: observar o Evangelho do Senhor; servir a todo mundo alegremente; não deixar-se atrair pelo ouro. Amar humanamente como Cristo; guardar a união da Igreja; pra afugentar a ociosidade perigosa, trabalhar com devoção e entrega. Sem perder, porém, o espírito de oração, ao qual devem servir todas as
- Aquele que estas coisas observar, no céu seja cheio de bênçãos. Do altíssimo Pai celestial que já dá sua bênção nesta terra, e da bênção do seu Filho Jesus Cristo e do Espírito de amor, consolador e de todas as virtudes do céu; e de todos os santos da Igreja. E eu Frei Francisco, vosso servo, dentro e fora, vos confirmo esta bênção.
2. ORAÇÃO INICIAL
Oração a São Francisco das Chagas
(São João Paulo II. Em 17.09.1983, na Capela dos Estigmas, no Monte Alverne)
Ó São Francisco, estigmatizado do Monte Alverne,
o mundo tem saudades de ti como imagem de Jesus Crucificado.
Tem necessidade do teu coração aberto para Deus e para o homem, dos teus pés descalços e feridos, das tuas mãos trespassadas e implorantes.
Tem saudades da tua voz fraca, mas forte pelo Evangelho.
Ajuda, Francisco, os homens de hoje a reconhecerem
o mal do pecado e a procurarem a purificação da penitência.
Ajuda-os a libertarem-se das próprias estruturas de pecado, que oprimem a sociedade hodierna. Reaviva na consciência dos governantes a urgência da paz nas nações e entre os povos.
Infunde nos jovens o teu vigor de vida, capaz de fazer frente às insídias das múltiplas culturas da morte. Aos ofendidos por toda espécie de maldade, comunica, Francisco, a tua alegria de saber perdoar.
A todos os crucificados pelo sofrimento, pela fome e pela guerra, reabre as portas da esperança. Amém.
3. LEITURA DO ARTIGO
Em sinal concreto de comunhão e de corresponsabilidade, os Conselhos, nos diversos níveis, de acordo com as Constituições, solicitarão aos Superiores das quatro Famílias Religiosas Franciscanas, às quais desde séculos a Fraternidade Secular está ligada, religiosos idôneos e preparados para a Assistência espiritual.
Para favorecer a fidelidade ao carisma e a observância da Regra e para se ter maiores auxílios na vida da Fraternidade, o Ministro ou Presidente, de acordo com seu Conselho, seja solícito em pedir, periodicamente, a visita pastoral aos competentes Superiores religiosos e também a visita fraterna aos responsáveis de nível superior, segundo as Constituições. (Art. 26)
4. APROFUNDANDO O TEMA
Um serviço presente desde as origens...
Desde o princípio o carisma de Francisco e de Clara de Assis fascinou homens e mulheres que em seus diferentes estados de vida têm seguido seu exemplo para levar ao mundo o Evangelho de Cristo. Todos eles têm formado sempre uma única Família que, ao longo dos séculos, soube sempre manter entre seus membros fortes vínculos de colaboração, sabendo oferecerem-se mútuo apoio. A pertença a essa mesma Família vem sendo garantida constantemente pelo forte sentido de comunhão, pelo compartilhar os mesmos ideais e aspirações mais profundas, por reconhecer-se internamente no único e mesmo chamado a viver a vida evangélica segundo o estilo de vida propriamente franciscano.
Um dos instrumentos que tem contribuído para manter viva essa profunda unidade da identidade franciscana em seus três principais ramos é, sem dúvidas, o da assistência espiritual e pastoral à JUFRA e à OFS, confiada pela Igreja à Primeira Ordem e à TOR (Terceira Ordem Regular).
A Assistência Espiritual e Pastoral à Ordem Franciscana Secular é um serviço que sempre esteve presente dentro da Família Franciscana, no intuito de garantir uma reciprocidade na vivência do carisma e uma busca de sermos fiéis ao espírito de nosso Pai São Francisco, fundador e inspirador dos três ramos de nossa Família.
Um serviço que se realiza e se re-fundamenta ainda hoje...
Entre as distintas formas de vida que existem hoje na Família Franciscana, sem dúvidas ocupa um posto muito singular a forma de vida dos Franciscanos Seculares, leigos e clérigos, que reconhecem em Francisco seu fundador e vivem o carisma em sua dimensão secular. A estes, enquanto parte integrante da Família Franciscana e historicamente vinculados aos Religiosos e Religiosas franciscanos, a Igreja concedeu o direito de terem assegurada a devida assistência. E, por conseguinte, deu aos Superiores Maiores (Ministros Gerais e Provinciais) da Primeira Ordem e da TOR o privilégio de serem os primeiros responsáveis por seu cuidado pastoral e espiritual. Estes são os principais responsáveis pela mais ‘alta moderação’ (que nos documentos aparece no termo em latim ‘altius moderamen’), e que tem como finalidade garantir a fidelidade da OFS ao carisma franciscano, a comunhão com a Igreja e com toda a Família Franciscana, valores que representam para os franciscanos seculares um caminho de vida (CCGG da OFS, Art 85, 1-2).
Aqui é onde nasce o dever e a responsabilidade dos Ministros Gerais e Provinciais, que são chamados a exercer, pessoalmente ou através de seus Delegados – os Assistentes Espirituais – o serviço do cuidado e da Assistência aos irmãos e irmãs da OFS e da JUFRA.
Por este motivo e em sinal concreto de comunhão e corresponsabilidade, a pedido dos Conselhos da OFS, em seus diversos níveis, é que os Ministros e Servos da Primeira Ordem e da TOR são chamados a nomear Assistentes Espirituais, escolhendo-os com discernimento para que sejam irmãos e irmãs zelosos em seu serviço e que demonstrem uma compreensão pela caminhada da OFS.
Partindo da necessidade de se apresentar algumas orientações, tanto para os leigos e leigas franciscanos, como para os Religiosos e Religiosas franciscanos, é que no ano de 2001 os Assistentes Gerais da OFS e da JUFRA elaboraram um documento que pudesse ser um guia para todos os ramos da Família Franciscana. Foi assim que surgiu o Estatuto para a Assistência Espiritual e Pastoral à OFS e JUFRA, em foi aprovado em sua primeira versão pelos Ministros Gerais da I Ordem e da TOR, a 28 de março de 2002. Em sua Carta de aprovação, o Estatuto para a Assistência trazia essas palavras:
“...para que ele seja promovido seu conhecimento e estudo, como um instrumento que sirva de base para nosso serviço fraterno à OFS e à JUFRA e possa guiar a todos, em conformidade com nossa vocação e respeitando a missão e a vocação específica dos franciscanos seculares”.
Depois de algumas adaptações e reformulações, a fim de se adequar às novas exigências e desafios por parte da Terceira Ordem, o Estatuto foi enfim atualizado em 2009, sendo esse o que atualmente está em vigor.
5. REFLETINDO O TEMA
Nossa vocação comum é sermos franciscanos e franciscanas! Por isso, que tal refletirmos o que nos dizem as Fontes Franciscanas? Vamos, então, ler, meditar e partilhar alguns textos que nos iluminam a refletirmos como devemos nos ajudar na vivência do nosso carisma.
Apresentamos abaixo alguns textos. Certamente que poderemos nas Fontes Franciscanas e Clarianas descobrir outros mais que nos inspirem a vivermos melhor como Família.
- 1 Celano 15, 37 – Francisco deu início às três
- AP 6, 25-26 – Procuravam se amar e cuidar com o mesmo amor de uma mãe
- AP 9, 41 – Como eram recebidos os homens e mulheres, independentemente de seu estado de
A partir destes textos, a Fraternidade pode proporcionar uma roda de conversa, partilhando um pouco seus sentimentos e ideias sobre o ser e estar em família:
✔ O que essas leituras despertam em nós?
✔ Acreditamos que é possível abraçarmos hoje esse cuidado pela nossa Família?
✔ Como podemos assumir, na prática, esse cuidado e essa ‘comunhão vital recíproca’?
✔ Em termos de assistência, o que esperamos de um/a Assistente?
✔ Como podemos aprimorar os laços existentes entre os ramos de nossa Família e promover uma maior participação e interação com nosso/os assistente/es?
6. GESTO CONCRETO
Importante é sempre promover junto à toda a Fraternidade, e mais particularmente em relação aos irmãos/ãs Iniciantes e Formandos/as, espaços e momentos onde se criem e cultivem a proximidade e amizade entre os irmãos e irmãs da OFS e o/a Assistente.
Se sua Fraternidade conta com a presença de um/a Assistente Local, que tal motivarmos nossos/as irmãos a visitarem a Fraternidade Religiosa à qual ele/a pertence? E se ainda não possui Assistente, que tal visitar uma Fraternidade de Religiosos/as, mais próxima da sua localidade?
Essa visita pode ser uma ótima oportunidade para a Fraternidade da OFS conhecer melhor a vida e a realidade de seu/sua Assistente Local, além, é claro, de aproximar mais as ‘duas fraternidades’! Pode-se propor inclusive vivenciarem juntos alguma atividade: um momento de oração, um lanche ou lazer compartilhados, uma roda de conversa para que todos se apresentem melhor: sua história de vida, o que já fez em realidades anteriores, qual o contato que os confrades ou as coirmãs de seu/sua assistente já teve com a OFS!
Assim estaremos cultivando e nutrindo uma aproximação entre nossas Fraternidades, que se traduza de fato numa ‘comunhão recíproca vital’! Pensemos nisso! Cuidemos disso! E assim estaremos crescendo num verdadeiro espírito de pertença a uma mesma família!
7. ORAÇÃO FINAL
Em forma de partilha, podemos destacar uma palavra ou frase que para nós expresse a importância de convivermos em família e o quanto significa para nós caminharmos juntos partilhando o nosso carisma. A Fraternidade pode ainda, reunida em torno da Palavra, apresentar de forma espontânea suas preces, como louvor ao Deus Altíssimo, que nos chama a assumirmos juntos nossa Missão na Igreja e no mundo, como uma única família!
Pode-se concluir esse momento com algumas preces espontâneas, seguidas do Pai-nosso e a bênção final, invocada pelo/a Assistente Espiritual, se estiver presente.
REFERÊNCIAS
BUARQUE, FREI WELLINGTON. Estatuto para a Assistência Espiritual e Pastoral à OFS / JUFRA. In: Livro da Etapa de Formação Base da JUFRA. pg. 72-74. Juventude Franciscana do Brasil. Secretaria Nacional de Formação, 2018. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/11lLFfPQzJrkrFSYzG6lFaVx9bOqMfjJE/view
CONFERÊNCIA DOS ASSISTENTES GERAIS DA OFS. Manual para a Assistência à OFS e à JUFRA. Roma: 2006.
OFS DO BRASIL. Subsídios para a Formação de Assistentes Espirituais OFS/JUFRA. Rio de Janeiro: JMesquita Estúdio Gráfico, 2005.
Autor: Frei Wellington Buarque, OFM (Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil
Assistente Espiritual Nacional para a JUFRA e OFS (2013 – 2019)