Sexta, 27 Janeiro 2017 13:40

Franciscanos fazem alerta sobre Hanseníase

O Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase foi instituído em 1954, no último domingo de janeiro, pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a data foi instituída pela Lei n.º 12.135, de 2009.

 

Para marcar a data, os leigos da Ordem Franciscana Secular do Brasil (OFS), promovem a campanha de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce da doença. A ação visa reforçar a campanha de prevenção e diagnóstico precoce da doença, além de combater o preconceito e o estigma que os hansenianos sofrem.

 

A campanha pela eliminação da Hanseníase divulga informações de como prevenir e curar a doença. O objetivo geral do projeto é realizar um trabalho socioeducativo e de articulação com o poder público e com a sociedade civil em geral, para a eliminação da Hanseníase no Brasil, alertando a população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença e oferecendo informações numa perspectiva de ação dos direitos do cidadão.

 

Os principais sinais da doença são manchas avermelhadas pelo corpo e sem sensibilidade. Além disso, o paciente pode ter dor neural (nos nervos), dormência, cansaço e fisgadas nas pernas e nos pés. Se esses sintomas, surgirem é necessário buscar um especialista. Quanto mais cedo a doença é diagnosticada, é possível evitar lesões permanentes e possíveis amputações. Em geral, os primeiros sintomas da doença aparecem entre três e cinco anos depois do contato com a bactéria.

 

O Brasil registrou 28.761 novos casos de Hanseníase em 2015., incluindo 24.612 novos casos. Segundo a OMS, foram registrados 211.973 novos casos em todo o mundo. A Índia detém cerca de 60% dos casos mundiais, seguido pelo Brasil e a Indonésia. Juntos, esses países respondem por 81% dos novos pacientes.

 

Em 2015, os novos casos da doença mais aqueles diagnosticados antes de 2015 e que ainda têm a doença, chamados de casos prevalentes, foi de 1,02 por 10 mil habitantes. De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o Estado do Mato Grosso é o estado brasileiro com maior coeficiente (7,77 por 10 mil habitantes), seguido do Tocantins (4,16 por 10 mil habitantes) e do Maranhão (3,78 por 10 mil habitantes).

 

A doença, que durante séculos foi chamada de lepra, é considerada praticamente extinta em países desenvolvidos, como a França. Os avanços da ciência garantiram o tratamento e cura da doença, mas para reduzir as estatísticas é preciso que se intensifiquem os esforços nas ações de prevenção e no tratamento da doença com mais campanhas de conscientização da população e qualificação dos profissionais de saúde para melhor atender os pacientes.

 

Saiba mais sobre a doença

 

A Hanseníase é uma doença silenciosa e endêmica, causada pelo bacilo ‘Mycobacterium leprae’, que ataca a pele e nervos periféricos, mas que também pode afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos. A doença se apresenta de maneira contagiosa ou não, sendo transmitida pelo ar.

 

A microbactéria é transmitida por quem não faz o tratamento necessário e o contágio pode se dar em qualquer lugar, como praias, ônibus, em supermercados, e não apenas em áreas pobres, como muitas pessoas pensam, afetando qualquer idade e classe social e todas as partes do corpo.

 

Geralmente, há perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato, com alterações também na secreção do suor. Pode ser transmitida por meio de gotículas lançadas no ar pela fala, tosse ou espirro. A doença tem período de incubação que varia entre 2 e 5 anos, sua primeira manifestação consiste no aparecimento de manchas dormentes, de cor avermelhada ou esbranquiçada, em qualquer região do corpo como placas, caroços, inchaço, fraqueza muscular e dor nas articulações podem ser outros sintomas.

 

A hanseníase é curável se for diagnosticada precocemente e o tratamento – que tem duração média de 6 meses – é disponibilizado gratuitamente em toda a rede de atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS). Quando a doença é detectada, toda a família deve ser avaliada e acompanhada. Quanto mais cedo a doença é diagnosticada, é possível evitar lesões permanentes e possíveis amputações.

 

Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das já existentes aumenta e os nervos ficam comprometidos, podendo causar deformações em regiões como nariz e dedos, impedindo determinados movimentos como abrir e fechar as mãos.

 

O diagnóstico consiste, principalmente, na avaliação clínica na aplicação de testes de sensibilidade, força motora e palpação dos nervos dos braços, pernas e olhos. Dependendo do caso, exames laboratoriais como biópsia podem ser necessários. 

 

Em caso de dúvida, procure um posto de saúde e faça o exame. O caminho para a cura é a informação. 

 

 

Cláudio Santos

Fraternidade Santo Antônio 

Duque de Caxias/RJ

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