Quinta, 24 Novembro 2016 13:38

Papa: corrupção é uma forma de blasfêmia

Cidade do Vaticano – A corrupção é uma forma de blasfêmia, a linguagem de Babilônia para a qual “Deus não existe”, mas somente o “deus dinheiro, o deus bem-estar, o deus exploração”. Foi o que destacou o Papa na homilia da missa celebrada na manhã de quinta-feira (24/11) na capela da Casa Santa Marta.

Francisco recordou que nesta última semana do Ano litúrgico, a Igreja nos faz refletir sobre o fim do mundo e sobre o nosso fim. Comentando a Leitura do Apocalipse, o Pontífice fala de três vozes. A primeira é o grito do Anjo: “Caiu Babilônia”, a grande cidade, “a que semeava a corrupção no coração das pessoas” e que “leva todos nós no caminho da corrupção”. E o papa explicou concretamente que a corrupção é o modo de viver na blasfêmia, a corrupção é uma forma de blasfêmia, a linguagem desta Babilônia, desta mundanidade, é a blasfêmia, Deus não está: está o deus dinheiro, o deus bem-estar, o deus exploração…”

A mundanidade ruirá

Mas esta mundanidade que seduz os grandes da terra ruirá: “Mas esta cairá, esta civilização cairá e o grito do Anjo é um grito de vitória: ‘Caiu’, caiu esta que enganava com as suas seduções. Este é o império da vaidade, do orgulho, cairá, assim como Satanás cairá. ”

Pecador, mas não corrupto

Contrariamente ao grito do Anjo, que era um grito de vitória pela queda “desta civilização corrupta”, há uma outra voz poderosa, ressalta Francisco, o grito da multidão, que louva a Deus: “Salvação, glória e poder pertencem ao nosso Deus”:

É a voz poderosa “da adoração, da adoração do povo de Deus que se salva”, e também do povo em caminho, que ainda está sobred a terra. O povo de Deus pecador, mas não corrupto: pecador que sabe como pedir perdão, pecador que busca a salvação em Jesus Cristo.

Este povo se alegra quando vê o fim e a alegria da vitória se transforma em adoração. Não se pode permanecer somente com o primeiro grito do Anjo, se não há “esta voz poderosa da adoração de Deus”. Mas para os cristãos “não é fácil adorar”, observa o Papa: “nós somos bons quando rezamos pedindo alguma coisa”, mas a oração de louvor “não é fácil fazê-la”. Mas é preciso aprendê-la, “devemos aprendê-la agora para não a aprender com pressa quando chegaremos lá, adverte Francisco, que enfatiza a beleza da oração de adoração diante do tabernáculo. Uma oração que diz apenas: “Vós sois Deus. Eu sou um pobre filho amado por Vós”.

Deus nos fala com um fio de silêncio sonoro

Por fim, a terceira voz é um sussurro. O Anjo que diz escrever: “Bem-aventurados os convidados à ceia do cordeiro! ”. O convite do Senhor, de fato, não é um grito, mas “uma voz suave”. Do mesmo modo quando Deus fala a Elias. Francisco destacou a beleza deste falar ao coração com esta voz suave. “A voz de Deus – disse o Papa – quando fala ao coração é assim: como um fio de silêncio sonoro”.

E este convite às “núpcias do cordeiro” será o fim, “a nossa salvação”, disse Francisco. Os que entraram na ceia, segundo a parábola de Jesus, são aqueles que estavam nas encruzilhadas dos caminhos, “bons e maus, cegos, surdos, mancos, todos nós pecadores, mas com a humildade suficiente para dizer: ‘Sou um pecador e Deus me salvará’”. “E se temos isso no coração, Ele nos convidará”, acrescentou o Papa, e ouviremos “esta voz sussurrada” que nos convida à ceia:

“E o Evangelho se conclui com esta voz: Quando começarem a acontecer estas coisas, – ou seja, a destruição da soberba, da vaidade, tudo isso – reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação”, isto é, está sendo convidado para a ceia do cordeiro. O Senhor nos dê esta graça de aguardar esta voz, de nos preparar para ouvir esta voz: ‘Vem, vem, vem servo fiel – pecador, mas fiel –, vem, vem para a ceia do teu Senhor.

 Fonte: http://www.franciscanos.org.br/

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