Sexta, 29 Julho 2016 16:15

Papa Francisco na JMJ reza em silêncio em Auschwitz: "Senhor, perdão por tanta crueldade"

 

"Senhor, tem misericórdia do teu povo. Senhor, perdão por tanta crueldade", escreveu o papa Francisco no livro de assinaturas do campo de concentração, tendo assinado 'Franciscus'.

O chefe da Igreja católica esteve sentado num banco e rezou silenciosamente, durante mais de dez minutos. Foi até ao Muro da Morte, onde os alemães nazis executaram milhares de prisioneiros com uma bala na cabeça.

Foi recebido pela primeira-ministra polaca, Beata Szydlo, e encontrou-se com um grupo de 12 sobreviventes polacos, judeus e ciganos, incluindo a violinista Helena Dunicz-Niwinska, de 101 anos. Francisco trocou algumas palavras com cada um dos sobreviventes e acendeu uma vela em frente ao Muro da Morte, que tocou com a mão.

Em seguida, dirigiu-se à cela do campo onde o sacerdote polaco Maximiliano Kolbe morreu de fome e de sede às mãos dos nazistas para salvar um pai.

A visita ao campo nazi decorre no mesmo dia em que se assinalam os 75 anos da condenação à morte de sacerdote franciscano polaco, proclamado santo por João Paulo II em 1982.

O papa deverá visitar em seguida Auschwitz II-Birkenau, onde chegavam comboios repletos de deportados que seguiam diretamente para as câmaras de gás.

No memorial de Birkenau, o grande rabino da Polónia Michael Schudrich vai ler o salmo 130, em hebraico. A mesma leitura será feita por um padre polaco oriundo de uma localidade onde uma família católica foi exterminada por ter acolhido e escondido judeus.

Cerca de 25 católicos polacos que arriscaram a vida para ajudar judeus durante a ocupação nazi do país, nomeados "Justos entre as Nações" pelo instituto israelita Yad Vashem vão falar com o papa da sua experiência.

Perto de 1,1 milhão de pessoas foram mortas em Auschwitz-Birkenau, incluindo um milhão de judeus europeus. Mais de cem mil não-judeus, polacos, ciganos e prisioneiros de guerra soviéticos foram assassinados no mesmo local. O exército soviético libertou o campo em 1945.

Dois papas, um polaco e outro alemão, visitaram Auschwitz, antes de Francisco: João Paulo II em 1979 e Bento XVI em 2006. No início da visita à Polónia, Francisco advertiu que o mundo estava a viver uma terceira guerra mundial fragmentada, lembrando as duas anteriores.

Fonte:

Fotos: Rádio Vaticano

 

Texto: https://www.noticiasaominuto.com

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