O Vaticano divulgou, hoje, a versão final do documento do sínodo - a reunião da qual participaram quase duzentos bispos católicos do mundo todo.
Mais um passo para as reformas do Papa Francisco. A declaração aprovada neste sábado (18) vai servir de base para as decisões que serão tomadas pela Igreja daqui a um ano, na próxima assembleia. E que vai determinar o comportamento dela diante dos problemas do mundo de hoje.
Nos assuntos mais polêmicos não se atingiu a maioria de dois terços e prevaleceu a divisão.
Sobre a comunhão aos divorciados que se casaram de novo, 104 votaram a favor e 74 contra.
A abertura aos gays obteve 118 votos favoráveis e 62 contrários. O texto final foi modificado em relação à primeira versão.
Foi retirada a expressão de "boas vindas" aos homossexuais, mas a proposta de acolhimento da Igreja permaneceu. Segundo o texto, "homens e mulheres com tendências homossexuais devem ser acolhidos com respeito e sensibilidade".
O relatório também pede que se evite qualquer tipo de discriminação contra os gays. De certa forma venceram os progressistas, mas os conservadores mostraram que são mais numerosos do que se pensava.
Os cardeais brasileiros Dom Raymundo Damasceno e Dom Orani Tempesta consideram positivas as discussões e os resultados.
“Ficou bem claro no documento que o acolhimento faz parte da nossa vida”, disse Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro.
“Eu creio que tudo isso abre espações para os fiéis, no sentido de que devem ver a Igreja como aquela mãe”, comentou Dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida/Pres. CNBB.
Em Roma, o tema dos gays também está provocando controvérsia. Desafiando a lei italiana, o prefeito de Roma, Inácio Marino, reconheceu como válidos dezesseis casamentos entre homossexuais celebrados no exterior e os incluiu no registro civil da cidade.
O ministério do interior e a igreja reagiram com indignação. E é possível prever uma dura batalha também do lado de cá dos muros vaticanos.
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