Dia 02 de Agosto de 2014 - Festa franciscana de Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula- Eclesiástico 24, 1-4.16-22. 31; Gálatas 4, 3-7; Lucas 1, 26-33
Os franciscanos sentem profunda alegria ao pensarem em tudo aquilo que ocorreu nos espaços da capelinha de Nossa Senhora dos Anjos, naquela pequena porção de chão e de pobreza nos arredores de Assis, onde, segundo a lenda, os anjos envolviam a Senhora Maria.
Francisco, homem buscador das estrelas e das alturas, andava querendo esclarecer as estradas que precisava percorrer para fazer a vontade do Altíssimo que o olhara com todo amor. As pessoas o espreitavam com santa curiosidade. Reconstruía igrejas em ruínas esperando os esclarecimentos que deveriam vir por parte do Altíssimo. Chegando à planície de Assis começou a restaurar uma igreja dedicada à Mãe de Deus e que estava em completa ruína:
“Quando o santo a viu tão arruinada, entristeceu-se porque tinha grande devoção para com a Mãe de toda bondade, e passou a morar ali habitualmente” (1Celano 21). Ali ouviu o Evangelho do envio dos apóstolos por parte de Jesus. Eles deveriam anunciar o mundo novo de Jesus, sem títulos, de maneira simples, sem cajado, sem bolsa, sem apetrechos. Deviam pregar a transformação do interior que se chama conversão. Depois de pedir explicações ao padre celebrante a respeito do que bem poderiam querer dizer aquelas palavras e compreendendo que o Senhor queria que ele e seus irmãos fossem missionários e andarilhos, exclamou: “É isso que eu quero, isso que procuro, é isso que desejo fazer de todo o coração”. Ali Francisco completava sua busca. Irmãos ardorosamente unidos no amor de Cristo e no cuidado mútuo iriam pelo mundo anunciando o amor de Jesus, despojadamente, pobremente…. Descobriu seu caminho no espaço da terra consagrado à Senhora dos Anjos…
“O servo de Deus, Francisco, pequeno de estatura, humilde de pensamento e menor por profissão, escolheu para si e para os seus um pedacinho do mundo, enquanto aqui tinha de viver, pois não poderia servir a Cristo sem ter alguma coisa no mundo” (…). Aí se observava a disciplina mais rígida, tanto no silêncio e no trabalho, como em todas as outras observâncias regulares. Ninguém podia entrar, a não ser os frades especialmente designados que, reunidos de todas as partes, santo queria que fossem verdadeiramente devotados a Deus e perfeitos em tudo (…) Nesse lugar ninguém podia dizer coisas ociosas, nem narras as que tinham sido contadas por outros (…). Os que ali moravam ocupavam-se, dia e noite, com os louvores divinos, levando uma vida angelical, cujo perfume admirável se espalhava por toda a parte” (2Celano 18-19).
Frei Almir Ribeiro Guimarães