O processo demográfico mundial passa por uma transição única e irreversível, resultando em mais populações idosas em todos os lugares. À medida em que as taxas de fertilidade diminuem, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais hoje deve triplicar, alcançando cerca de dois bilhões em 2050. Na maioria dos países, o número de pessoas acima dos 80 anos deve quadruplicar para quase 400 milhões.
A Agenda 2030 (Um plano global da ONU para atingirmos em 2030 um mundo melhor para todos os povos e nações) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) reconhecem que o desenvolvimento só será possível se for inclusivo para todas as idades. O tema concentra-se na necessidade de reduzir a desigualdade dentro e entre os países; visa garantir a igualdade de oportunidades por meio de medidas para eliminar a discriminação, capacitar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente de idade, sexo, deficiência, raça, etnia, origem, religião, status econômico ou outro.
Em 2019 no Brasil, os idosos representavam 14,3% da população, ou seja, 29,3 milhões de pessoas. Em 2030, o número de idosos deve superar o de crianças e adolescentes de zero a quatorze anos. Em sete décadas, a média de vida do brasileiro aumentou 30 anos, saindo de 45,4 anos em 1940, para 75,4 anos em 2015. O envelhecimento da população tem impactos importantes na saúde, apontando para a importância da organização da rede de atenção à saúde.
Criada em 1991 por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), a data reforça os termos da Resolução 46, que objetiva sensibilizar a sociedade mundial para as questões do envelhecimento, destacando a necessidade de proteção e de cuidados para com essa população.
No Brasil, em 1º de outubro de 2003, foi aprovada a Lei nº 10.741 (Estatuto do Idoso), prevendo em seu art. 2º que, ao idoso sejam garantidas todas as oportunidades e facilidades para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. No art. 3º, o Estatuto ressalta que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica como idosos as pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com mais de 60 anos nos países em desenvolvimento.
Principais objetivos:
– Chamar a atenção para a existência de desigualdades, geralmente como resultado de uma acumulação de desvantagens ao longo da vida;
– Aproveitar as experiências e o aprendizado ao longo da vida dos cidadãos da chamada terceira idade criando políticas proativas e adaptativas de trabalho, promovendo proteção social e dando acesso à cobertura universal de saúde;
– Refletir sobre as melhores práticas, lições e progressos para mudar as narrativas e estereótipos negativos que envolvem a velhice.
(Ministério da Saúde do Brasil – Biblioteca Virtual em Saúde)
Ser idoso e ser velho
“Idoso é quem tem muita idade; velho é quem perdeu a jovialidade.
A idade causa degeneração das células; a velhice, a degeneração do espírito.
Você é idoso quando se pergunta se vale a pena;
Você é velho quando, sem pensar, responde que não.
Você é idoso quando sonha;
Você é velho quando apenas dorme.
Você é idoso quando ainda aprende;
Você é velho quando já nem ensina.
Você é idoso quando se exercita;
Você é velho quando apenas descansa.
Você é idoso quando ainda sente amor;
Você é velho quando só sente ciúmes.
Você é idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida;
Você é velho quando todos os dias parecem o último da longa jornada.
Você é idoso quando o seu calendário tem amanhãs;
Você é velho quando ele só tem ontens.
O idoso se renova a cada dia que começa; o velho se acaba a cada noite que termina, pois,
enquanto o idoso tem os olhos postos no horizonte,
de onde o sol desponta e ilumina a esperança,
o velho tem sua miopia voltada para as sombras do passado.
O idoso tem planos; o velho tem saudades.
O idoso curte o que lhe resta da vida;
o velho sofre o que o aproxima da morte.
O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e prenhe de esperança.
Para ele o tempo passa rápido, mas a velhice nunca chega.
Para o velho suas horas se arrastam destituídas de sentido.
As rugas do idoso são bonitas, porque foram marcadas pelo sorriso;
as rugas do velho são feias, porque foram vincadas pela amargura.
Em suma, idoso e velho podem ter a mesma idade no cartório,
mas tem idades diferentes no coração.
Que você, idoso, viva uma longa vida, mas não fique velho nunca”
(Jorge R. Nascimento da Universidade Federal do Maranhão)