São Luís faleceu em Túnis a 25 de agosto de 1270: um grande santo que após sete séculos continua sendo um sinal luminoso no seguimento ao Evangelho.
Nascido a 25 de abril de 1214, subiu ao trono com apenas 12 anos, sob a tutela de sua mãe Branca de Castela, também terceira franciscana. Rei, franciscano secular e pai de família, características essas que fizeram de São Luís uma figura ímpar na história e na própria Igreja. Casado, teve 11 filhos, os quais educou nos princípios de fé e da sã doutrina católica.
Educado desde cedo com os valores cristãos e morais que o nortearam durante toda vida, teve como seu formador Frei Pacífico, um dos primeiros seguidores de São Francisco e o primeiro Provincial da Ordem na França. Pela sólida formação obteve um caráter inalterável, amante da justiça, piedoso, de extrema generosidade, homem de oração, humilde e caritativo, conquistando logo a admiração e o carinho de seu povo.
Como Chefe de estado, utilizou do poder para servir o povo, preocupando-se não só com o bem material, mas com o espiritual de seus súditos. Lutou contra toda forma de injustiça, promovendo a paz e a concórdia em seus domínios, protegendo os pobres e necessitados. Foi o primeiro a construir um hospital para deficientes os quais eram cuidados pessoalmente por ele. Promulgou leis sábias e justas que garantissem o direito e a igualdade a todos sem distinção de classes. Cercou-se de homens sábios e de comprovada virtude como São Boaventura e Santo Tomás de Aquino. Tinha como confessor e diretor espiritual frei Mansueto de Castiglione, que o aconselhava a mitigar as duras penitências e longos jejuns a que se submetia.
Homem de oração, nutria uma verdadeira paixão a Jesus Sacramentado, à Paixão do Senhor e a Santíssima Virgem Maria. Rezava o ofício e as horas canônicas, participando diariamente da Santa Missa. Como terceiro franciscano, protegeu e incentivou as ordens mendicantes na França. Construiu um mosteiro para abrigar as Clarissas em Longchamp no qual sua irmã caçula, a Beata Isabel de França, fez florir em santidade o Carisma de Santa Clara.
Fez-se penitente e peregrino, indo visitar Assis e os locais da vida e conversão de São Francisco, como nos é relatado nos "I Fioretti".
Apresentava- se publicamente e em audiências e solenidades com o hábito franciscano, sendo muitas vezes motivo de queixa de nobres da corte. (O hábito de São Luís encontra-se no convento das Clarissas próximo a Paris juntamente com outras relíquias.)
Amante da paz e da concórdia entre os povos, lutou pela unidade dos reis cristãos. Ao ver a cristandade ameaçada, saiu em defesa da Igreja liderando duas cruzadas que não obtiveram êxito, mas durante as quais professou com fé autêntica e heroísmo seu amor a Deus e obediência a Igreja.
Falar do valor e da importância dos feitos e exemplos deixados por São Luís não é tarefa fácil. Hoje há uma redescoberta da vida e obra desse rei, místico e personagem extremamente humano e fruto de seu tempo. São Luís parece emergir das brumas do tempo para novamente denunciar as injustiças de nossos dias, a exploração e humilhação dos pobres, a segregação e o ódio institucionalizado. Em apontar e se indignar contra a carência das classes populares e os privilégios de uma classe dominante pautada pela violência aos fracos sem voz nem vez.
São Luís exerceu o profetismo, mesmo do alto do trono da França, colocou em seu coração e em suas ações a prática do salmo 72: "Sim, ele livrará o pobre que clama, e os pequeninos privados de apoio. Ele tomará cuidado do pobre e do fraco; aos pobres salvará a vida! Ele os defenderá contra a brutalidade e a violência, dará muito pela vida deles" Sl 72,12-14.
Que São Luís nos inspire a lutar corajosamente na construção do Reino de Justiça pelo qual viveu e morreu.
Paz e Bem!
Fernando Gregório, Fraternidade Santo Antônio do Embaré, Santos (SP)
Atenção: Abaixo disponibilizamos um rico material sobre São Luís, disponibilizado no formato pdf.
