Com alguns companheiros que espontaneamente se propuseram segui-lo, em 1209 deu início a uma nova Ordem religiosa, que por humildade chamou “Ordem dos Frades Menores”, e estabeleceu-se primeiro em Rivotorto e depois em Santa Maria dos Anjos. Para o novo Instituto redigiu uma Regra, aprovada mais tarde, em 1223, por Honório III.
A atividade apostólica de Francisco e dos irmãos consistia em andarem por toda a parte, tanto em países cristãos como entre infiéis, a pregar o Evangelho com palavras simples, mas eficazes, e sobretudo com o exemplo duma vida santa.
Além da Ordem dos Irmãos Menores, fundou para mulheres uma segunda Ordem, chamada das “Senhoras Pobres” ou das “Clarissas”, e ainda uma Terceira Ordem, destinada a todos os bons cristãos que desejassem consagrar-se a Deus mesmo vivendo no mundo. Dois anos antes da morte recebeu no Monte Alverne o privilégio singular das Chagas do próprio Cristo, que quis dessa forma tomá-lo semelhante a si até no aspecto corporal.
Entretanto, como a enfermidade em geral e a cegueira se iam agravando, chamaram para o ver um médico de Arezzo, a quem ele perguntou: “Que te parece desta minha doença?” O médico, com delicadeza, respondeu: “Coragem, meu irmão! Espero que cures, pela graça de Deus”. Mas S. Francisco, que não se deixava enganar com mentiras piedosas, retorquiu: “Peço-te que me digas a verdade. Não tenho medo da morte; pelo contrário, até a desejo vivamente”. Então o médico foi claro: “Irmão Francisco, tanto quanto posso saber, a tua doença parece-me incurável. Estou convencido que não viverás além de fins de setembro ou princípios de Outubro”. E São Francisco exclamou: “Seja bem vinda, a minha irmã morte!”.
De Assis, onde tinha conseguido a reconciliação do bispo com o podestade, pediu para o levarem a santa Maria dos Anjos. A meio do percurso fez outro pedido: que o pusessem numa posição de modo a ficar virado para Assis. Então abençoou a cidade, e o cortejo prosseguiu até à Porciúncula. Aí mostrou desejo de ser estendido, nu, sobre a terra nua, enquanto os seus “cavaleiros da távola redonda” entoavam o Cântico das Criaturas, ao qual ele acrescentara ultimamente a estrofe referente à “irmã morte corporal”.
No sábado, dia 3 de outubro de 1226, o estado de saúde piorou. Ao anoitecer desse dia, sentindo a aproximação da irmã morte, começou a declamar o salmo 142 “Em alta voz eu clamo ao Senhor...”, até chegar à última estrofe em que o salmista pede: “Tira-me desta prisão...” Nesse momento apagou-se lhe a voz, e foi “dar graças ao nome de Deus, rodeado pelos justos”.
Fonte: https://www.ofm.org.br/santos-franciscanos
Imagem adaptada a partir de https://franciscanos.org.br/carisma/calendario/transito-de-sao-francisco-de-assis#gsc.tab=0