Terça, 28 Abril 2020 14:09

Dia dos beatos Luquésio e Buonadonna

Paz e bem! 

Nesta terça-feira, dia 28 de abril, celebramos a memória dos beatos Luquésio e Buonadonna. Para bem viver esta data, disponibilizamos abaixo um texto e um vídeo preparado pela Equipe Nacional de Formação da OFS do Brasil com uma bela oração. 

 

Em 1181, no mesmo ano do seráfico pai nascia perto de Poggibonzi, aquele que seria, junto com sua esposa, o primeiro franciscano secular, o bem-aventurado Luquésio. Foi militar, lutando pelos guelfos, mas logo abandonou as armas e se tornou comerciante de grãos, na mesma época que conheceu sua esposa, a bem-aventurada Buonadonna, Luquésio expandiu seu comércio cobrando altos preços pelos grãos aos peregrinos que iam à Roma e passavam pela via Franagena.

A conversão de Luquésio começou em 1212, quando em San Gimignano, ouviu o sermão de São Francisco de Assis. Tal como Francisco, voltou sua atenção para os pobres, os que ele mesmo tinha ajudado a empobrecer com o comercio de grãos, dando aos mesmos dinheiro, comida e propriedades. Sua esposa, Buonadonna, duvidava de sua sanidade, no começo de sua conversão, por conta da doação de si e do que tinha (até da comida da própria casa) aos pobres. Mas a conversão de Buonadonna se deu quando seu marido doou todos os pães que tinham em casa. Buonadonna repreendeu Luquésio veementemente, porém quando abriu novamente o armário, encontrou-se cheio de pães frescos.

Com a morte dos dois filhos, o casal decidiu se entregar completamente a Deus e foram à procura do santo de Assis. Francisco não concordou que Luquésio se tornasse frade e que Buonadonna fosse se juntar às clarissas, como era o desejo dos bem-aventurados, o santo deu-lhes uma regra para viver como irmãos da penitência mesmo casados e no mundo, dizendo-lhes: “Viverão no mundo com irmãos penitentes, pregarão o amor e a paz, ou seja, o evangelho com a vida”.

O que deve nos chamar atenção é que o modo com que todos aqueles que tiveram contato com Cristo através de Francisco é sempre pelo desapego de si e do que tem, como Luquésio e sua esposa, que tinham boas condições financeiras em sua época, mas ao entrarem no processo de conversão, deixam tudo e doaram aos pobres. É o desapego, o desprendimento de tudo aquilo que pode ao menos atrapalhar a escuta de Deus, a resposta para a pergunta típica de Francisco e dos Franciscanos: “Senhor o queres que eu faça?” A resposta de Nosso Senhor é surpreendentemente a mesma: A busca da santidade pela observância do Evangelho; Francisco nos exorta na regra: “Viver do evangelho à vida e da vida ao evangelho”.

A vontade de Deus é que vivamos o santo evangelho, e isso é o imperativo máximo para todos os franciscanos. Mas a vontade de Deus é dia após dia confrontada com os desejos materiais e temporais, e aí se dá o sentido do despojamento, da pobreza. “Bem-aventurados os pobres de espirito, pois herdarão o reino dos céus” É importante lembrar que a pobreza de espírito consiste em como agimos com os bens materiais que possuímos, de um modo desapegado e consciente que a nada se deve dar mais valor que a Cristo.

Os bem-aventurados viveram o restante de suas vidas a serviço dos pobres e doentes, até que em 28 de abril de 1260, Luquésio e Buonadonna foram visitados pela irmã morte corporal.

Além da pobreza, outro alicerce do franciscano secular mostrado na vida dos Bem-Aventurados é o serviço. Estar sempre a serviço do próximo, auxiliando-o no que necessário, vendo neles o rosto do Cristo sofredor; isso é indispensável na vida do franciscano secular, pois o serviço nos torna humildes, atentos, dispostos ao irmão que precisa de nós. Aquele que sofre é sacramento de Cristo, é espelho do “Servo Sofredor”, onde aquilo que nos é amargo se torna doce, como ocorreu com o santo de Assis. Estar humildemente a serviço do irmão é encontrar nossa verdadeira essência, pois a humildade, como define uma santa Doutora da Igreja, é andar na verdade, por isso tal virtude agrada tanto a Nosso Senhor.

Que a exemplo dos primeiros franciscanos seculares, estejamos sempre atentos à voz de Deus e ao chamado de Cristo, que nos convida todos os dias a viver o Evangelho, pregando-o assim, com a vida.

 

Fonte: 

http://formacao-jufrabrasil.blogspot.com/2016/04/beatosluquesio-e-buonadonna-em-1181-no.html

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