Carta do CNOFS (Conselho Nacional da OFS) por ocasião do 23º Dia Mundial da Vida Consagrada
“E depois que o Senhor me deu Irmãos ninguém me mostrou o que eu deveria fazer,
mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia
Viver segundo a forma do santo Evangelho.” (Testamento de São Francisco)
Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 2019
No próximo dia 02 de fevereiro será celebrado o 23º Dia Mundial da Vida Consagrada. Esse modo de vida é um chamado, sob a moção do Espírito Santo, a seguir a Cristo mais de perto, doar-se a Deus e procurar alcançar a perfeição da caridade a serviço do Reino.
Neste mesmo dia, celebraremos também a Apresentação do Senhor, que nos remete ao momento em que Jesus, 40 dias após o seu nascimento, é levado ao templo. Assim, Jesus é introduzido ao seu povo e assume sua humanidade. Ali tem início o seu mistério salvífico, ou seja, que oferece salvação ao mundo.
Ao refletirmos sobre a Apresentação do Senhor fica mais fácil entender a alegria com a qual devemos celebrar a vida consagrada, que antes era entendida como sendo apenas para religiosos, mas que há algumas décadas também passou a ser compreendida como possível para leigos. A consagração está no serviço e testemunho de Jesus. Deste modo, podemos viver a vida consagrada através do compromisso de serviço e do seguimento de um carisma.
Ao celebrarmos essa data, somos chamados a renovar nosso “sim” ao estudo e vivência do Evangelho, reafirmando nosso desejo e nossa missão de beber de nossas fontes franciscanas e clarianas. A identificação com o carisma assumido e seus valores é fundamental no testemunho e na construção do Reino de Deus.
É importante recordar que, a exemplo do que fez Jesus, seguido fielmente por Francisco e Clara, somos chamados a fazer uma experiência de Deus através da vida comunitária. Devemos estar inseridos e desenvolver nossas atividades em nossas fraternidades, mas sem nos desconectarmos da vida, da inserção na sociedade e, principalmente, da opção preferencial pelos mais pobres e necessitados, que nossa Igreja assumiu como serviço prioritário a partir do Concílio Vaticano II. Com o estudo e a prática do Evangelho e do carisma franciscano, estaremos cada vez mais próximos do que nos diz a nossa Regra em seu artigo 4: passar do Evangelho à vida e da vida ao Evangelho.
São Francisco dizia, brincando com seus companheiros, a seguinte frase: “Como quereis, que eu fique triste, sabendo que grandes coisas me esperam?”. Que saibamos viver a nossa vocação e nosso modo de vida com a mesma alegria e a mesma certeza do Pobrezinho de Assis.
Por fim, unidos à nossa Igreja no mundo inteiro, queremos motivar a cada um de nossos irmãos para que dediquem um momento dentro de suas orações para recordar a vida e vocação de todos aqueles que se dedicam a viver sua vocação consagrada e que assumem os conselhos evangélicos da pobreza (sem nada de próprio), castidade (pureza de coração) e obediência (escuta atenta a Deus e aos irmãos).
Que nós, da Ordem Franciscana Secular, e todos os consagrados estejamos, de modo coerente, a serviço do Reino, na construção da Civilização do Amor, dando testemunho profético, produzindo frutos e abraçando nossa missão evangelizadora.
Fraternalmente, e a exemplo do Seráfico Pai, "comecemos, irmãos, a servir ao Senhor nosso Deus, porque até agora pouco resultado obtivemos"(LM XIV 1,3)
Maria José Coelho - Ministra Nacional
Márcio Bernardo - Coordenador de Comunicação