Ao cair da tarde de 03 de outubro, Francisco viu suas forças se reduzirem e a febre aumentar. Pede, então, que os frades o coloquem sobre a terra e cantem com ele o Salmo 141, que fala do desejo de ir para Deus:
“Em voz alta ao Senhor eu imploro,
em voz alta suplico ao Senhor!
Eu derramo na sua presença
o lamento da minha aflição,
diante dele coloco minha dor!
Quando em mim desfalece minh’alma,
conheceis , ó Senhor, meus caminhos!
Na estrada por onde eu andava
contra mim ocultaram ciladas.
Se me volto à direita e procuro,
não encontro quem cuide de mim
e nem tenho aonde fugir;
não importa a ninguém minha vida!
A vós grito, Senhor, a vós clamo
e vos digo: “Sois vós meu abrigo,
minha herança na terra dos vivos”,
Escutai meu clamor, minha prece,
porque fui por demais humilhado!”
Francisco havia deixado seu corpo sobre a terra. O canto enfraqueceu e se apagou na boca dos frades, que recitaram, emocionados, o Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Fez-se silêncio na cabana. A natureza se despedia do seu maior cantor. Era sábado, 3 de outubro de 1226!
Fonte: Franciscanos