Quarta, 22 Março 2017 19:43

Frei Almir explica o encerramento de suas atividades como assistente nacional da OFS

O cuidado espiritual e pastoral da OFS, confiado pela Igreja à Primeira Ordem Franciscana e à TOR, é, antes de tudo, dever de seus Ministros Gerais e Provinciais. A eles compete o “altius moderamen”, de que trata o cânon 303. O altius moderamen tem como objetivo assegurar a fidelidade da OFS ao carisma franciscano, a comunhão com a Igreja e a união com a Família Franciscana, valores que representam para os franciscanos seculares um compromisso de vida (CCGG OFS art. 85, § 2)

Quando me disponho a escrever este comunicado chegam à minha mente figuras exponenciais de dois frades desta nossa Província da Imaculada: Frei Mateus Hoepers e Frei Egberto Pramenberg.

Frei Mateus, que conheci em Petrópolis, na segunda metade dos anos cinquenta, foi um confrade apaixonado pela Ordem Franciscana Secular, respeitado em todo o país. Junto com leigos, ele viveu a ventura da redação e publicação da Regra de Paulo VI. Frei Mateus, antigo Provincial e professor de exegese em Petrópolis, era incentivador e promotor de uma renovação da Ordem Terceira Secular. Penso que o pouco de franciscanismo mais profundo que conheci devo a este frade alto, vigoroso, entusiasmado por Francisco.

Frei Egberto, frade alemão de boa têmpera, ajudou a revigorar as fraternidades seculares no Estado do Rio. Muitas lideranças deste Estado foram formadas em seu vigor e ele acompanhou de perto a história do Regional do Rio. Escreveu páginas bonitas no livro da vida da OFS.

Neste ano, neste mês de março de 2017, terminei meu trabalho como assistente da Ordem I por parte dos Menores. Penso que fiquei na função mesmo treze anos, quando o correto seria um período de doze anos. Há um tempo de começar e outro de acabar. Nestes anos todos tive sempre em mente a figura dos dois confrades acima mencionados. Eles foram minha claridade, mais do que textos jurídicos frios.

Por ocasião do Capítulo Avaliativo da Ordem em Campo Largo (17 a 19 de março de 2017), senti-me na obrigação de notificar minha saída, respeitando os Estatutos, por meio de uma carta. Há ainda em meu coração um fogo que arde. Mas é preciso ser obediente. Não fiz uma declaração de renúncia. Esta palavra tem algo de pejorativo. Preferi usar o termo notificar. Anexo à presente o teor de tal notificação que li diante da assembleia capitular, procurando dominar a emoção.

Continuo sendo assistente do Regional Rio e Espírito Santo com nomeação do nosso Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel.

Faço votos que a OFS seja efetivamente um grupo de leigos que visita regularmente seu interior e parta em missão.

Canto um canto novo de ação de graças. Coloquei-me nas esteira de frades empreendedores e dedicadíssimos. A lembrança deles serviu de estímulo para a atividade que exerci. Faço questão de ressaltar uma frase da carta de notificação que nada tinha de renúncia de cunho polêmico: “Durante todo esse tempo respirei OFS por todos os poros”. Esta é a verdade.

Paz e todos os bens

Petrópolis, 22 de março de 2017
Frei Almir Ribeiro Guimarães OFM

 

 

Fonte: Franciscanos

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