Os gestos solícitos encantam e animam. Valem mais do que certas declarações formais de amor. Solícitas são as pessoas que se empenham em serem úteis, têm prazer em prestar serviço, são prestimosos. Um amigo está doente. Um dia o visitamos, noutra ocasião telefonamos, procuramos não esquecer seu aniversário. Fazemo-nos presentes em sua vida. É solícito o homem que em casa se mostra atento a uma torneira que pinga, uma lâmpada queimada que precisa ser trocada, uma planta que precisa ser regada, e uma louça a ser lavada. É solícita a mulher que se senta ao lado do marido que anda desanimado. Espera-o à noite. Senta-se a seu lado. Conversa a respeito das coisas da vida. Coloca-se próxima a ele física e interiormente. Solícita é a enfermeira que à noite percorre os quartos dos doentes do hospital, ajeitando-lhes os travesseiros, enxugando o suor de suas frontes e lançando sobre eles um olhar de límpida bondade.
