Em termos de educação existem pontos de partida inegociáveis. Em primeiro lugar o ser humano como pessoa deve ser tido como o centro de todo o processo educativo. Por isso, a sua dignidade é inalienável e sua vida assume um caráter sagrado. Somente aceitando esta premissa se pode compreender que o seu patrimônio genético não possa ser um simples material de experimentação. O homem é um fim em si mesmo, e sua dignidade o fundamento dos valores que integram qualquer projeto educativo. A dignidade pressupõe que o exercício da liberdade seja fruto de uma consciência bem formada. A educação tem como tarefa mais nobre motivar para a construção progressiva da liberdade, guiada por valores que se tornam convicções, resultando em reconhecimento e gosto de si próprio, em conhecimento dos outros e em vontade de articulação social alegre e empenhada. Educar para a liberdade implica conscientizar os educandos que antes do direito está o dever, e que deste resulta o dever de respeito aos outros e a consciência da solidariedade, fruto de uma inteligência esclarecida, de uma vontade ativa e de uma afetividade equilibrada.
José Manuel Martins Lopes, SJ