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Aquela mulher…

24 de abril de 2015

 

 

            Aquela mulher foi ficando cega. Aos poucos.  Aos quarenta anos nada mais enxergava.  Tinha uma doida saudade de ver as azaleias e os ipês, as quaresmeiras e margaridas, do rosto do marido e do semblante dos filhos. Enxergava  somente e muito bem com os olhos do coração e vivia cercada do carinho dos seus numa família que assumiu o propósito de levar alegria ao coração e uma esposa e mãe que passou a não enxergar.