Esta é a definição total do amor. É a essência do amor, força selvagem que está em ti e que pede para ser derramada. O amor, como o bem, é difusivo em si, como a fonte que não pode conter e derrama.
Amar é dar-se sem reservas, sem querer recuperar os pedaços que foram dados, parcelas de um dom que um dia quisemos que fosse total, sem interrupções, não hoje sim e amanhã não. Sem cansar-se, sem depender de humores ou de circunstâncias. O amor que está em ti quer doar-se. Quando tuas feridas forem sendo fechadas, viver é não conter essa força que brinca em ti.
Um dom que fazes de ti mesmo, porque amar não é dar coisas, mas dar-te a ti mesmo. Não há outra razão que o possa mover. Não sabes por quê. Fazes o dom de ti. Aos que estão perto de ti, a tudo e a todos. Eis o termômetro do amor: na medida em quem sais de ti, cessas de ficar preocupado contigo mesmo, de buscar-te a ti mesmo. Na medida em que vives em função do outro, daquele que te cerca. Na medida em que fazes os outros felizes. Na medida em que tua presença, leva alegria, paz, esperança, liberdade e não dor.
Manuel Iceta