A Ordem Franciscana Secular do Brasil (OFS) e a Juventude Franciscana do Brasil (JUFRA) lançam importante Carta Aberta dirigida aos participantes da COP30 e da Cúpula dos Povos, hoje, 04 de outubro, dia em que a Igreja celebra a São Francisco de Assis.
A publicação desta carta se reveste de um simbolismo ainda maior, pois ocorre no ano Jubilar de celebração dos 800 Anos do “Cântico das Criaturas”, a oração de louvor de São Francisco à criação.
O Grito da Terra e dos Pobres Rumo à COP30
A Carta Aberta, elaborada a partir das realidades e biomas do Brasil, é um chamado urgente para a defesa da vida no planeta e para que se ouça o “grito da terra e o grito dos pobres”, um apelo constante do Papa Francisco.
O documento, endereçado também a todas as franciscanas e franciscanos do Brasil, destaca a rica diversidade social, ambiental e cultural do Brasil e seus seis biomas, essenciais para o equilíbrio climático global. No entanto, denuncia o sofrimento das populações, afetadas pelo racismo ambiental, avanço do desmatamento, queimadas, mineração predatória, uso indiscriminado de agrotóxicos e precarização do trabalho, em meio às mudanças climáticas. A OFS e JUFRA reforçam que os biomas são a expressão viva da Criação, da qual os seres humanos são parte, e não donos.
A iniciativa se concentra na COP30 (Conferência das Partes), que ocorrerá em Belém em novembro de 2025, e na Cúpula dos Povos, que acontece paralelamente e que foca em “vidas, direitos e territórios” e busca construir um futuro enraizado na justiça social e ambiental. Os franciscanos ressaltam que as comunidades tradicionais e a população mais atingida — como povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, e a população periférica das cidades — costumam ficar à margem dos debates climáticos formais.
Fruto do Capítulo Eletivo e o Compromisso Franciscano
O lançamento desta Carta Aberta é um dos frutos concretos do 41º Capítulo Nacional e 17º Capítulo Eletivo da OFS do Brasil, realizado em São Paulo, em agosto de 2025. Durante o Capítulo, onde houve reflexão sobre os 800 anos do Cântico das Criaturas e o compromisso com o cuidado da criação, foi aprovada a resolução de que se elaborasse uma Carta Aberta sobre o Clima, a ser publicada em 4 de outubro de 2025.
Em sintonia com a Ecologia Integral, a Ordem Franciscana Secular e a Juventude Franciscana manifestam seu papel profético na sociedade, comprometendo-se a:
- Denunciar a destruição da Casa Comum.
- Proclamar que a Criação é dom e responsabilidade coletiva, e não mercadoria.
- Promover uma espiritualidade ecológica integral.
- Assumir compromissos de ação, como envolver-se em ações democráticas, defender territórios, e fortalecer iniciativas como a Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC), o Movimento Laudato Si e o SINFRAJUPE (Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia).
- Viver a sobriedade franciscana, desestimulando o consumismo e atuando pela redução das desigualdades.
A Carta encerra conclamando a COP30 a assumir compromissos concretos, vinculantes e fiscalizáveis, para que o evento se torne um verdadeiro momento de conversão ecológica, garantindo que o cuidado com a Casa Comum não seja passageiro.O legado que se busca deixar para as futuras gerações é o de um testemunho vivo de que, quando a Terra e os pobres clamaram, as Franciscanas, os Franciscanos, e todos aqueles dispostos a ouvir o grito da terra e o grito dos pobres , ousaram escutar e agir.
Convite Urgente à Leitura e Propagação
Abaixo, disponibilizamos a íntegra da Carta Aberta para sua leitura, irmã e irmão.
Este documento, fruto de um profundo discernimento franciscano e do Capítulo Eletivo Nacional, é um chamado profético urgente que precisa ser ouvido.
Convidamos, portanto, a uma leitura atenta, seguida de um compromisso ativo de divulgar e propagar seu conteúdo por todo o Brasil. Sua colaboração é vital para que a mensagem de conversão ecológica e o clamor por justiça socioambiental cheguem a todas as comunidades.
É o seu engajamento que garante que o “grito da Terra e o grito dos Pobres” ressoe nas redes, nas praças e em todas as instâncias decisórias do país.
Seja a voz de São Francisco em defesa da nossa Casa Comum!