Uma criança poderia dizer mais ou menos o seguinte aos pais e aos adultos:
“Minhas mãos são pequeninas e por isso acontece que, de vez em quando, me atrapalho com o copo de leite e ele cai no chão e se quebra. Não façam disso um drama. Minhas pernas são pequenas e meus passos curtos. Por isso vocês não podem exigir que ande depressa. Tenho meu próprio ritmo. Vocês precisam me fazer o grande favor de andar mais devagar… afinal de contas sou uma criança. Do contrário, me canso e vocês vão andar sozinhos. Aí só tenho o recurso das lágrimas e do choro. Muitas vezes, quando estamos passeando, caminhando vocês deviam me deixar apreciar e degustar as coisas que me encantam e que interessam. Penso no passarinho amarelado que corre no chão, numa minhoca na terra, numa pipa vermelha no ar, um brinquedo na vitrine… vocês estão fartos de conhecer essas coisas… mas para mim elas são novidades. Custa-me deixa-las de lado para acompanhar a pressa de vocês”.
