Entrevista a Moema Miranda, leiga franciscana e membro do grupo motriz da Rede Igrejas e Mineração, uma das coordenadoras do II Encontro com as Comunidades Afetadas pela Mineração na América Latina que tem início dia 7 de agosto em Brasília...
Cidade do Vaticano - Começa no dia 7 de agosto, em Brasília, o II Encontro com as Comunidades Afetadas pela Mineração na América Latina
Organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, rede Igrejas e Mineração, CIDSE (Aliança internacional de organizações católicas para o Desenvolvimento) e o Departamento de Justiça e Solidariedade do CELAM - DEJUSOL, o evento visa desenvolver novas estratégias de solidariedade e acompanhamento das Igrejas às comunidades atingidas pela mineração na América Latina.
Leiga franciscana e membro do grupo motriz da Rede Igrejas e Mineração, Moema Miranda, uma das coordenadoras do Encontro, afirma que “esta reunião é a continuação da primeira com as pessoas atingidas pela mineração, realizada no Vaticano em 2015. Acolhemos o apelo do Papa Francisco, na Encíclica Laudato Si', para construir uma grande aliança em defesa da a terra e os pobres”. Segundo ela, este é o momento de a Igreja abrir suas portas para que as comunidades possam construir estratégias alternativas.
“A Carta Encíclica do Papa e a Carta Pastoral do CELAM, nos ajudam, nos guiam e nos fortalecem ao avançar para uma Igreja em saída, comprometidos com a terra e as pessoas. Sem regras democráticas claras, as formas de defesa das comunidades tornam-se muito mais arriscadas. E também sentimos a necessidade urgente de uma maior coordenação no fortalecimento e defesa das comunidades que estão sob séria ameaça, a completa falta de respeito pela lei, mesmo quando existem leis, ambientais e sociais”.
“Na situação de crescente conflito que vivemos na América Latina, com a expansão da economia extrativista, da qual a mineração é um dos exemplos, mas não o único, (nós também temos agronegócio); o que as comunidades afetadas esperam é uma posição firme e profética da Igreja.
“Como o Papa Francisco disse, essa economia mata. E nós estamos vendo isso todos os dias nas comunidades. Este é o momento em que a Igreja Profética, em favor dos pobres e da Terra, se torna urgente e necessária. Uma Igreja solidária, peregrina e amorosa que ouve este clamor, que se torna defesa, que se torna solidariedade.”
Fonte: Vatican News