Quinta, 26 Mai 2016 17:55

Solenidade do Corpo e Sangue de Jesus Cristo

 

Eucaristia, banquete universal

O distintivo dos primeiros cristãos era a refeição comunitária (cf At 2,32-34 etc.). O gesto de Jesus reunindo o povo no deserto e providenciando milagrosamente pão para todos (evangelho) é um símbolo da Igreja. Jesus quis ficar presente na Igreja no sinal da refeição aberta a todos que aderissem a ele – muito diferente daqueles banquetes onde geralmente só se convidam as pessoas da mesma classe, ou os que podem pagar…

A multiplicação dos pães é sinal messiânico, sinal dos tempos em que tudo acontecerá conforme o desejo de Deus, sinal do Reino de Deus: fartura e comunhão. Mas é ainda prefiguração. A refeição à beira do lago da Galiléia se tornará completa somente quando Jesus der seu próprio corpo e sangue, na cruz. Então já não será passageira: será uma realidade de uma vez para sempre, no sacramento confiado à Igreja. Este é também o sentido profundo que a Igreja vê no misterioso pão e vinho oferecidos pelo sumo sacerdote Melquisedec, a quem até o pai Abraão presta reverência.

A Eucaristia deve, então, ser verdadeiro banquete messiânico, sinal dos tempos novos e definitivos, em que as divisões e provações são superadas, na vida da fé em Cristo Jesus. A desigualdade, o escândalo de super-ricos ao lado de pobres morrendo de fome, a marginalização são incompatíveis com a Eucaristia.

Na Eucaristia, Cristo identifica a comida partilhada com sua própria vida e pessoa. O pão repartido se torna presença de Cristo. Onde não se reparte o pão, Cristo não pode estar presente.

Tudo isso dá o que pensar. Na multiplicação dos pães, Jesus não fez descer pão do céu, como o maná de Moisés. Nem transformou pedras em pão, como lhe sugerira o demônio quando das tentações no deserto. Mas ordenou aos discípulos: “Vós mesmos, dai-lhes de comer”… e o pão não faltou. Porém, se não observarmos esta ordem de Jesus e não dermos de comer aos nossos irmãos, ele também não poderá tomar-se presente em nosso dom. Então, não só o pão, mas Cristo mesmo faltará.

 Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

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