Quinta, 27 Fevereiro 2020 13:05

Estudo da Regra em Fraternidade - Artigo 26

Paz e bem!

A Equipe Nacional de Formação da OFS acaba de disponibilizar o Estudo da Regra em Fraternidade referente ao Artigo 26, contemplando o último artigo da nossa Regra.. 

O conteúdo se encontra abaixo e está disponível para download em anexo, formatado em pdf.

Desejamos a todos uma excelente reflexão!

 

Estudo da regra em fraternidade: artigo 26 da Regra e Vida da OFS

 

Ambientação

 

✔ Preparar folhas de papel constando as siglas dos diversos ramos da Família Franciscana (OFM, OFMConv, OFMCap, OSC, OIC, TOR, OFS, PFF, JUFRA, INAFRA); fotos (se houver) de momentos já vividos pela Fraternidade (ou de outras fraternidades) juntamente com o/a Assistente Espiritual (local ou regional): retiros, reunião da Fraternidade, Capítulos, momentos de lazer.

✔ Pode-se utilizar ainda uma vela ou círio pascal, ao centro, juntamente com Imagens de São Francisco, Santa Clara, São Luís, Santa Isabel da Hungria.

✔ O espaço pode ser preparado dispondo as imagens ao centro e as fotos e as folhas com as palavras ao

redor delas. Pode-se montar um mural com as fotos ou mensagens de Assistentes que a Fraternidade tem ou já teve, ou mesmo de Assistentes de outros níveis (Regional e Nacional) ou de outras fraternidades, com os quais já teve algum contato.

✔ Sugerimos ainda que se faça um só círculo, se possível, com todos sentados em volta, reforçando a ideia da circularidade e da igualdade.

 

1.  CANTO INICIAL

Regra, Bênção e Exortação de São Francisco

(Letra e Música: Frei Joel Postma, OFM)

 

Excelso, onipotente Senhor, concedei-nos, peregrinos, que sigamos vossos passos, no caminho do amor!

  1. A vida franciscana é assim: observar o Evangelho do Senhor; servir a todo mundo alegremente; não deixar-se atrair pelo ouro. Amar humanamente como Cristo; guardar a união da Igreja; pra afugentar a ociosidade perigosa, trabalhar com devoção e entrega. Sem perder, porém, o espírito de oração, ao qual devem servir todas as
  2. Aquele que estas coisas observar, no céu seja cheio de bênçãos. Do altíssimo Pai celestial que já dá sua bênção nesta terra, e da bênção do seu Filho Jesus Cristo e do Espírito de amor, consolador e de todas as virtudes do céu; e de todos os santos da Igreja. E eu Frei Francisco, vosso servo, dentro e fora, vos confirmo esta bênção.

 

2.  ORAÇÃO INICIAL

Oração a São Francisco das Chagas

(São João Paulo II. Em 17.09.1983, na Capela dos Estigmas, no Monte Alverne)

 

Ó São Francisco, estigmatizado do Monte Alverne,

o mundo tem saudades de ti como imagem de Jesus Crucificado.

Tem necessidade do teu coração aberto para Deus e para o homem, dos teus pés descalços e feridos, das tuas mãos trespassadas e implorantes.

Tem saudades da tua voz fraca, mas forte pelo Evangelho.

Ajuda, Francisco, os homens de hoje a reconhecerem

o mal do pecado e a procurarem a purificação da penitência.

Ajuda-os a libertarem-se das próprias estruturas de pecado, que oprimem a sociedade hodierna. Reaviva na consciência dos governantes a urgência da paz nas nações e entre os povos.

Infunde nos jovens o teu vigor de vida, capaz de fazer frente às insídias das múltiplas culturas da morte. Aos ofendidos por toda espécie de maldade, comunica, Francisco, a tua alegria de saber perdoar.

A todos os crucificados pelo sofrimento, pela fome e pela guerra, reabre as portas da esperança. Amém.

 

3.  LEITURA DO ARTIGO

Em sinal concreto de comunhão e de corresponsabilidade, os Conselhos, nos diversos níveis, de acordo com as Constituições, solicitarão aos Superiores das quatro Famílias Religiosas Franciscanas, às quais desde séculos a Fraternidade Secular está ligada, religiosos idôneos e preparados para a Assistência espiritual.

Para favorecer a fidelidade ao carisma e a observância da Regra e para se ter maiores auxílios na vida da Fraternidade, o Ministro ou Presidente, de acordo com seu Conselho, seja solícito em pedir, periodicamente, a visita pastoral aos competentes Superiores religiosos e também a visita fraterna aos responsáveis de nível superior, segundo as Constituições. (Art. 26)

 

4.  APROFUNDANDO O TEMA

Um serviço presente desde as origens...

Desde o princípio o carisma de Francisco e de Clara de Assis fascinou homens e mulheres que em seus diferentes estados de vida têm seguido seu exemplo para levar ao mundo o Evangelho de Cristo. Todos eles têm formado sempre uma única Família que, ao longo dos séculos, soube sempre manter entre seus membros fortes vínculos de colaboração, sabendo oferecerem-se mútuo apoio. A pertença a essa mesma Família vem sendo garantida constantemente pelo forte sentido de comunhão, pelo compartilhar os mesmos ideais e aspirações mais profundas, por reconhecer-se internamente no único e mesmo chamado a viver a vida evangélica segundo o estilo de vida propriamente franciscano.

Um dos instrumentos que tem contribuído para manter viva essa profunda unidade da identidade franciscana em seus três principais ramos é, sem dúvidas, o da assistência espiritual e pastoral à JUFRA e à OFS, confiada pela Igreja à Primeira Ordem e à TOR (Terceira Ordem Regular).

A Assistência Espiritual e Pastoral à Ordem Franciscana Secular é um serviço que sempre esteve presente dentro da Família Franciscana, no intuito de garantir uma reciprocidade na vivência do carisma e uma busca de sermos fiéis ao espírito de nosso Pai São Francisco, fundador e inspirador dos três ramos de nossa Família.

 

Um serviço que se realiza e se re-fundamenta ainda hoje...

Entre as distintas formas de vida que existem hoje na Família Franciscana, sem dúvidas ocupa um posto muito singular a forma de vida dos Franciscanos Seculares, leigos e clérigos, que reconhecem em Francisco seu fundador e vivem o carisma em sua dimensão secular. A estes, enquanto parte integrante da Família Franciscana e historicamente vinculados aos Religiosos e Religiosas franciscanos, a Igreja concedeu o direito de terem assegurada a devida assistência. E, por conseguinte, deu aos Superiores Maiores (Ministros Gerais e Provinciais) da Primeira Ordem e da TOR o privilégio de serem os primeiros responsáveis por seu cuidado pastoral e espiritual. Estes são os principais responsáveis pela mais ‘alta moderação’ (que nos documentos aparece no termo em latim ‘altius moderamen’), e que tem como finalidade garantir a fidelidade da OFS ao carisma franciscano, a comunhão com a Igreja e com toda a Família Franciscana, valores que representam para os franciscanos seculares um caminho de vida (CCGG da OFS, Art 85, 1-2).

Aqui é onde nasce o dever e a responsabilidade dos Ministros Gerais e Provinciais, que são chamados a exercer, pessoalmente ou através de seus Delegados – os Assistentes Espirituais – o serviço do cuidado e da Assistência aos irmãos e irmãs da OFS e da JUFRA.

Por este motivo e em sinal concreto de comunhão e corresponsabilidade, a pedido dos Conselhos da OFS, em seus diversos níveis, é que os Ministros e Servos da Primeira Ordem e da TOR são chamados a nomear Assistentes Espirituais, escolhendo-os com discernimento para que sejam irmãos e irmãs zelosos em seu serviço e que demonstrem uma compreensão pela caminhada da OFS.

Partindo da necessidade de se apresentar algumas orientações, tanto para os leigos e leigas franciscanos, como para os Religiosos e Religiosas franciscanos, é que no ano de 2001 os Assistentes Gerais da OFS e da JUFRA elaboraram um documento que pudesse ser um guia para todos os ramos da Família Franciscana. Foi assim que surgiu o Estatuto para a Assistência Espiritual e Pastoral à OFS e JUFRA, em foi aprovado em sua primeira versão pelos Ministros Gerais da I Ordem e da TOR, a 28 de março de 2002. Em sua Carta de aprovação, o Estatuto para a Assistência trazia essas palavras:

“...para que ele seja promovido seu conhecimento e estudo, como um instrumento que sirva de base para nosso serviço fraterno à OFS e à JUFRA e possa guiar a todos, em conformidade com nossa vocação e respeitando a missão e a vocação específica dos franciscanos seculares”.

Depois de algumas adaptações e reformulações, a fim de se adequar às novas exigências e desafios por parte da Terceira Ordem, o Estatuto foi enfim atualizado em 2009, sendo esse o que atualmente está em vigor.

 

5.  REFLETINDO O TEMA

Nossa vocação comum é sermos franciscanos e franciscanas! Por isso, que tal refletirmos o que nos dizem as Fontes Franciscanas? Vamos, então, ler, meditar e partilhar alguns textos que nos iluminam a refletirmos como devemos nos ajudar na vivência do nosso carisma.

Apresentamos abaixo alguns textos. Certamente que poderemos nas Fontes Franciscanas e Clarianas descobrir outros mais que nos inspirem a vivermos melhor como Família.

  • 1 Celano 15, 37 – Francisco deu início às três
  • AP 6, 25-26 – Procuravam se amar e cuidar com o mesmo amor de uma mãe
  • AP 9, 41 – Como eram recebidos os homens e mulheres, independentemente de seu estado de

 

A partir destes textos, a Fraternidade pode proporcionar uma roda de conversa, partilhando um pouco seus sentimentos e ideias sobre o ser e estar em família:

✔ O que essas leituras despertam em nós?

✔ Acreditamos que é possível abraçarmos hoje esse cuidado pela nossa Família?

✔ Como podemos assumir, na prática, esse cuidado e essa ‘comunhão vital recíproca’?

✔ Em termos de assistência, o que esperamos de um/a Assistente?

✔ Como podemos aprimorar os laços existentes entre os ramos de nossa Família e promover uma maior participação e interação com nosso/os assistente/es?

 

6.  GESTO CONCRETO

Importante é sempre promover junto à toda a Fraternidade, e mais particularmente em relação aos irmãos/ãs Iniciantes e Formandos/as, espaços e momentos onde se criem e cultivem a proximidade e amizade entre os irmãos e irmãs da OFS e o/a Assistente.

Se sua Fraternidade conta com a presença de um/a Assistente Local, que tal motivarmos nossos/as irmãos a visitarem a Fraternidade Religiosa à qual ele/a pertence? E se ainda não possui Assistente, que tal visitar uma Fraternidade de Religiosos/as, mais próxima da sua localidade?

Essa visita pode ser uma ótima oportunidade para a Fraternidade da OFS conhecer melhor a vida e a realidade de seu/sua Assistente Local, além, é claro, de aproximar mais as ‘duas fraternidades’! Pode-se propor inclusive vivenciarem juntos alguma atividade: um momento de oração, um lanche ou lazer compartilhados, uma roda de conversa para que todos se apresentem melhor: sua história de vida, o que já fez em realidades anteriores, qual o contato que os confrades ou as coirmãs de seu/sua assistente já teve com a OFS!

Assim estaremos cultivando e nutrindo uma aproximação entre nossas Fraternidades, que se traduza de fato numa ‘comunhão recíproca vital’! Pensemos nisso! Cuidemos disso! E assim estaremos crescendo num verdadeiro espírito de pertença a uma mesma família!

 

7.  ORAÇÃO FINAL

Em forma de partilha, podemos destacar uma palavra ou frase que para nós expresse a importância de convivermos em família e o quanto significa para nós caminharmos juntos partilhando o nosso carisma. A Fraternidade pode ainda, reunida em torno da Palavra, apresentar de forma espontânea suas preces, como louvor ao Deus Altíssimo, que nos chama a assumirmos juntos nossa Missão na Igreja e no mundo, como uma única família!

Pode-se concluir esse momento com algumas preces espontâneas, seguidas do Pai-nosso e a bênção final, invocada pelo/a Assistente Espiritual, se estiver presente.

 

REFERÊNCIAS

 

BUARQUE, FREI WELLINGTON. Estatuto para a Assistência Espiritual e Pastoral à OFS / JUFRAIn: Livro da Etapa de Formação Base da JUFRA. pg. 72-74. Juventude Franciscana do Brasil. Secretaria Nacional de Formação, 2018. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/11lLFfPQzJrkrFSYzG6lFaVx9bOqMfjJE/view

CONFERÊNCIA DOS ASSISTENTES GERAIS DA OFS. Manual para a Assistência à OFS e à JUFRA. Roma: 2006.

OFS DO BRASIL. Subsídios para a Formação de Assistentes Espirituais OFS/JUFRA. Rio de Janeiro: JMesquita Estúdio Gráfico, 2005.

 

Autor: Frei Wellington Buarque, OFM (Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil

Assistente Espiritual Nacional para a JUFRA e OFS (2013 – 2019)

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